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Pesquisa comprova capacidade de isolamento térmico dos painéis em EPS

A temperatura de um ambiente construído com painéis de poliestireno expandido ficou até 7 °C menor do que em cômodo executado com tijolos cerâmicos. Veja este e outros resultados do trabalho científico realizado na Universidade de Cuiabá

Uma pesquisa científica realizada no âmbito da Universidade de Cuiabá (MT), liderada pelo pós-doutor em Ciências Ambientais Jonathan Willian Zangeski Novais, comprovou a propriedade técnica dos painéis de poliestireno expandido (EPS) de colaborar com o isolamento térmico das edificações.

O trabalho acadêmico, realizado em 2013, foi publicado com o título: “Comparação do Desempenho Térmico de Painéis em EPS como Alternativa aos Tijolos Cerâmicos no Conforto Térmico de Residências em Cuiabá-MT”. A conclusão é de que a temperatura interna do ambiente construído com painéis em EPS diminuiu até 7°C em comparação com a daquele executado com tijolo cerâmico.

A pesquisa foi realizada em uma residência do bairro Jardim Itália, na capital mato-grossense. Utilizou-se de painéis estruturados por uma alma de poliestireno expandido de 5 cm de espessura entre duas malhas metálicas eletrossoldadas. “As medições das temperaturas foram feitas em dois cômodos, sendo o primeiro construído com alvenaria de tijolos cerâmicos e o segundo com painéis em EPS. Ambos voltados para a mesma orientação solar, não havendo nenhum sombreamento externo sobre as paredes no decorrer do dia e submetidas às mesmas condições de ventilação, de maneira a permitir a comparação”, relata Novais.
 

Medições das temperaturas
 

A medição das temperaturas de superfície das paredes internas utilizou termômetro de infravermelho em uma malha de pontos de 3 x 3, totalizando nove pontos por cômodo, em três alturas diferentes de paredes (0,8 m, 1,4 m e 2,2 m), com igual espaçamento das colunas de medições. Para se ter mais repetições, as aferições ocorreram pela manhã, tarde e noite, durante três dias consecutivos.

“Com os dados em mãos, foram calculadas a média e o desvio-padrão das medições e comparados os ambientes com foco nas diferenças. No cômodo em que se utilizou painéis em EPS, a temperatura chegou a ser 7°C menor do que no outro executado com tijolos cerâmicos”, comenta.
 

No cômodo em que se utilizou painéis em EPS, a temperatura chegou a ser 7°C menor do que no outro executado com tijolos cerâmicos, Jonathan Willian Zangeski Novais


Novais ressalta que, além das facilidades construtivas do sistema, a diminuição interna de temperatura colabora com o desempenho da edificação, bem como reduz a necessidade de resfriamento interno e, portanto, o consumo energético, o que torna a construção mais sustentável. “Apesar de ser composto por derivados de petróleo, o EPS pode ser facilmente reciclado. Outra vantagem é em relação à umidade, uma vez que o material apresenta baixa absorção de água. Dessa forma, é altamente recomendável sua utilização, principalmente em localidades de clima tropical”, fala.

Ele confirma, ainda, a capacidade de os painéis em EPS colaborarem com o isolamento acústico dos ambientes. “A composição e a baixa densidade do poliestireno expandido fazem com que o som não se propague, como ocorre com outros materiais da construção civil, sendo mais um ponto positivo de sua utilização”, acrescenta.
 

Mais vantagens


Jonathan Novais constatou, também, as muitas vantagens técnicas oferecidas pelo sistema. “O fato de o poliestireno expandido ter em sua composição, em média, 97% de ar e apresentar uma boa resistência à compressão faz com que sua utilização transfira menor carga às fundações, economizando em materiais de construção”, afirma.
 

O fato de o poliestireno expandido ter em sua composição, em média, 97% de ar e apresentar uma boa resistência à compressão faz com que sua utilização transfira menor carga às fundações, Jonathan Willian Zangeski Novais

 

Referindo-se ao baixo peso dos painéis em EPS – no caso do Monopainel® produzido pelo Grupo Isorecort é de cerca de 3 kg/m² –, ele comenta que a facilidade de manipulação e transporte do material é mais um motivo para recomendar sua utilização. “Um dos grandes custos da construção civil é o gasto com pessoal, e tudo que melhore a velocidade da construção contribui com essa economia”, reforça. O ganho de produtividade resulta, também, da montagem de painéis de grandes dimensões, ao contrário da necessidade de executar o encaixe de pequenas peças. “Como tijolos, por exemplo”, acrescenta.

Outro custo comum é com a perda de materiais cerâmicos e de concreto. “Já nos painéis em EPS, conforme aumenta a sua espessura, aumenta a resistência, consequentemente, minimizam-se as perdas”, observa Novais. A facilidade de corte para a instalação de tubulações elétricas e hidráulicas, e abertura de vãos, chamou a atenção do pesquisador. “Material polimérico construído para ser leve e de fácil manuseio, o EPS pode ser cortado facilmente com o uso de ferramentas que utilizam temperaturas maiores”, diz.
 

Colaboração técnica


Jonathan Willian Zangeski Novais – É graduado em Física e Engenharia Elétrica, com mestrado e doutorado em Física Ambiental pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e pós-doutorado em Ciências Ambientais. Atualmente é professor e pesquisador do programa de Mestrado em Ciências Ambientais da Universidade de Cuiabá (UNIC), onde realiza pesquisas relacionadas aos biomas Cerrado e Pantanal e Clima Urbano.

Para mais informações e detalhes técnicos, acesse www.isorecort.com.br.

 

 

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